Futuro da Comida: como vamos comer em 2025?

Futuro da Comida: como vamos comer em 2025?

Hábitos alimentares não mudam de um dia para o outro. Mas de tempos em tempos é possível perceber mudanças na maneira com que lidamos com a comida – os ingredientes e pratos da moda são outros, novas tecnologias e avanços científicos impactam na produção e no consumo. A preocupação com o futuro do alimento não é frescura ou mimimi: o que comemos – e como comemos – não afeta só a nossa saúde, mas a saúde de todo o planeta.

Pensando nisso, a rede de supermercados Sainsbury’s, do Reino Unido, produziu um relatório bem completo sobre as tendências que devem marcar o futuro da alimentação. Eles apresentam cenários e possibilidades para a cadeia do alimento em 2025, 2050 e 2169, adiantando como nosso cardápio pode mudar até lá. Neste post, vamos falar das conclusões do projeto sobre como vamos comer em 2025, ou seja, daqui a pouco.

A preocupação que temos hoje com o impacto que a produção de alimentos causa no planeta é o que norteia a alimentação em 2025. Como poupar o solo, os recursos naturais e a atmosfera?

Flexitarianismo

Flexitariano: o vegetariano que come carne vez ou outra.

Segundo o estudo “Reducing food’s environmental impacts through producers and consumers”, de 2018, nossa dieta é o segundo fator que mais pode afetar o meio ambiente. A redução no consumo da carne, que usa mais recursos naturais para ser produzida e emite mais gases na atmosfera, é um dos principais meios de afetar menos a natureza. No Reino Unido, em 2019, um quinto da população se considera flexitariana. São pessoas que estão diminuindo consideravelmente o consumo de carne, mas não são vegetarianas.

Outro fator é o consumo de produtos orgânicos e produzidos localmente, que não precisam ser transportados por longas distâncias e causam menos impacto no ambiente. Já vemos esse movimento em restaurantes que procuram trabalhar com produtores locais ou que até plantam suas próprias ervas, vegetais e verduras. Com maior consumo de produtos frescos e menos carne, a projeção do estudo do Sainsbury é que metade do Reino Unido seja flexitariano em 2025.

Sistema Hidropônico

Hidroponia: cultivo que não necessita do solo e facilita o plantio em centros urbanos.

O que comemos não precisa ser, necessariamente, plantado no solo. Outra tendência pinçada pelo relatório é a hidroponia, o cultivo de vegetais realizados em equipamentos fixos que apoiam suas raízes e distribuem a água e os nutrientes que a planta necessita para crescer.

Esse método utiliza menos água do que o plantio normal, menos agrotóxicos e permite que o cultivo seja realizado facilmente em espaços urbanos. Assim, os alimentos podem ser produzidos bem próximos de onde serão consumidos.

A IKEA começou a cultivar vegetais usando o sistema hidropônico para abastecer seus restaurantes da Alemanha e da Suécia, e a rede começou a vender kits para montar uma plantação hidropônica em casa. A empresa de tecnologia InFarm, também da Alemanha, já distribui seus vegetais plantados dessa forma para 137 restaurantes da Europa.

A expectativa do relatório é que a hidroponia se torne mais popular e seja feita frequentemente nos restaurantes e nas casas das pessoas.

Insetos

Insetos: uma fonte de proteína que pode ser mais popular em 2025. Será?

Nossa fonte tradicional de proteínas são as carnes e os peixes. Mas enquanto vemos a limitação para a produção aumentar – pois teremos menos terras e água para suportar a criação de animais –, precisaremos eventualmente de uma fonte “substituta”. É aí que entram os vegetais, os cogumelos e os insetos.

O mercado de proteína alternativa, à base de plantas, deve crescer mais de 25% até 2025, segundo a Sainsbury’s. Alimentos à base de vegetais, como mostramos aqui, representaram um mercado de $4,2 bilhões em 2016.

A Krekerij, startup holandesa, usa grilos e gafanhotos como fonte de proteína para seus hambúrgueres, processados com farinha e outros ingredientes à base de plantas. O próprio Sainsbury’s comercializa lanches feitos com insetos.

O que não é nenhuma novidade: muitas culturas já consomem insetos há milênios, mas certamente essa é uma tendência que pode levar mais tempo para pegar, principalmente em culturas ocidentais.

Comida como medicina

Medicina: ligação ainda mais forte entre nossa dieta e nossa saúde

O estudo “Food in the Anthropocene: the EAT–Lancet Commission on healthy diets from sustainable food systems”, desse ano (2019), aponta que dietas pouco saudáveis estão matando mais pessoas do que o cigarro. Isso levanta uma grande preocupação sobre a qualidade das nossas escolhas alimentares e como elas estão contribuindo para a nossa saúde.

A tendência é, então, procurarmos uma alimentação balanceada, que previna contra a obesidade e o colesterol alto e que tenha todos os nutrientes que o corpo necessita. Em 2025, não trataremos nossas doenças apenas com remédios, mas também com nossa própria dieta.

Na Califórnia, uma epidemia de diabete do tipo 2 fez surgir o programa “compre com seu médico”, no qual profissionais da saúde dão dicas do que comer para evitar a doença. Essa e outras alternativas indicam que a nossa dieta será ainda mais incorporada aos nossos cuidados com a saúde.

A preocupação com o planeta e com o nosso corpo provavelmente será ainda maior em 2025. Já estamos debatendo há muito tempo sobre o impacto da indústria alimentícia, então a tendência é levar essas questões ainda mais em conta na hora de comer.

Mas como será em 2050? Acompanhe em nossas redes o nosso próximo post da série.

a crudo é uma consultoria especializada no universo de hospitalidade, alimentos & bebidas. analisamos comportamentos e identificamos tendências para que nossos clientes ofereçam experiências únicas e relevantes.

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